(carta encontrada no escritório de um jovem pastor do Zimbabwe, na África, depois de seu martírio pela fé em Cristo)
Sou parte da fraternidade dos que não se envergonham. Tenho o poder do Espírito Santo. A sorte foi lançada. Ultrapassei a linha. A decisão foi feita – sou discípulo dele. Não olharei pra trás, não darei trégua, não diminuirei o ritmo, não retrocederei e não ficarei parado. Meu passado está redimido, meu presente faz sentido, meu futuro está assegurado. Não agüento mais essa vida medíocre, andar por vista, joelhos macios, sonhos sem cor, visões amansadas, conversa mundana, doação barata e alvos minimizados.
Não mais preciso de proeminência, prosperidade, posição, promoções, aplausos ou popularidade. Não tenho que estar certo, ser o primeiro, o maioral, reconhecido, louvado, querido ou premiado. Vivo agora pela fé, reclino-me na sua presença, ando por paciência, sou elevado pela oração e obro com poder.
Meu rosto está decidido, minha marcha é acelerada, meu alvo é o céu, meu caminho é estreito, minha estrada acidentada, meus companheiros poucos, meu Guia confiável, minha missão clara. Não posso ser comprado, dissuadido, desviado, seduzido, mudado de rumo, iludido ou atrasado. Não recuarei diante do sacrifício, não hesitarei na presença do inimigo, não me entregarei aos valores da popularidade e não perambularei no labirinto da mediocridade.
Não desistirei, não me calarei e não darei trégua até que tenha permanecido, acumulado, orado, pago à vista e pregado à ultima medida por causa de Cristo. Sou discípulo de Jesus. Devo ir até que ele venha, doar-me até esgotar-me as forças, pregar tudo o que sei, e trabalhar até que me pare. E, quando ele vier por si mesmo, não terá problema em me reconhecer... minha bandeira está clara.
Um espaço voltado ao pensamento e definições que conduzem à um estilo de vida que segue o Cristo, o Jesus de Nazaré que é Senhor da vida, e em quem reside toda a verdade, o caminho que leva a Deus, e a vida, que é vivida em totalidade por motivo da existência do Filho de Deus, com quem caminhamos, pela fé que nos envolve.
28 dezembro 2006
19 dezembro 2006
A Religião de Jesus
Joerley Cruz
Não existe um homem que seja tão conhecido na história da humanidade como Jesus de Nazaré.
As pessoas comemoram seu nascimento, consciente ou inconscientemente, sem ao certo saber quem ele foi, o que exatamente ele fez, e o pior, mal sabem que ele está vivo.
Muitos lêem suas palavras, sem discernirem seu valor, ou simplesmente, fazem uma leitura com lentes puramente didático-filosóficas.
Encontram sabedoria em seu estilo de vida, em sua capacidade de perdão, de transmissão de amor, sugerindo a todos que o Cristo tivesse uma “inteligência emocional” invejável.
Muitos pregam o modelo de liderança de Jesus. Fazem do estilo de liderar de Jesus, um foco de empreendimento nos negócios, nas relações, ou apenas num simples gosto vazio de liderar.
Falam pouco de seus milagres. Falam pouco de sua vida simples – do não ter onde recostar a cabeça. Mas quando falam, citam o cotidiano lógico de um carpinteiro.
Falam de um Jesus histórico, como todos os outros que passaram, que deram alguma contribuição à humanidade, e mal foram percebidos. Falam de Jesus como um homem de paz, talvez lhe oferecessem um prêmio Nobel. Para muitos, talvez fosse ele a pessoa mais indicada para promover tratados de paz – uma solução interessante entre Bin Laden, Sadam e Bush, acalmando os ânimos religiosos e políticos que conduzem essa infinita saga – defendendo seus vizinhos de origens judaico-orientais, promovendo a adoção dos “gentios ocidentais”, ou seja, dos ocidentais gentílicos.
Jesus de Nazaré: um homem perfeito. Um exemplo de cidadania. Um exemplo de respeito aos “Césares”. Indiscutível e positivamente, um exemplo de voz popular, profética, que denuncia a injustiça, a hipocrisia, a falsa religião, a desonestidade, a sem-vergonhice, desmistificando o censo de triunfalismo messiânico, que se enraizava nos corações enganosos de homens que viviam contra a soberania romana, na ansiedade do “aqui se faz, aqui se paga”, do “olho por olho, dente por dente”.
É Jesus o unigênito do Pai (Deus criador dos céus e da terra). É Jesus o reconciliador entre o homem e a Trindade. É Jesus o centro da vida – nele tudo está convergido – nele tudo subsiste. Sua presença clemente diante do Pai nos faz viver como filhos, nos inserindo, definitivamente, na família que um dia, Deus idealizou.
Jesus nos torna salvos, somos por Ele livrados, e, portanto, seguros de uma eternidade desastrosa. Autor da fé dos que crêem nele, que justifica o homem diante de Deus, não permitindo que o mesmo tenha castigo eterno, e viva para sempre distante daquele que o criou. Ele está na plenitude dos tempos – a humanidade e a história não são o que são sem a presença dele.
Jesus é o Deus que se pode tocar. Jesus é a afirmação de Deus ao homem, a respeito do que é ser Filho e filho, de como agradar a Deus.
Jesus é a sinalização da vida eterna, de um reino que já existe, e que o Pai convida a todos a participarem.
Ele é a manifestação da existência e presença de Deus. Nele reside o sacrifício transformado em salvação. O desconhecimento sobre Deus transformado em graça. A ingratidão e indiferença humana transformada em misericórdia. O inferno eterno revertido em céu a partir da cruz.
A religião de Jesus é seguir a vontade do Pai. Ele não busca adeptos, membros ou sócios; mas seguidores que abdicam suas próprias paixões, sonhos irrelevantes, e sentimentos egocêntricos mundanos.
Fazem parte da religião de Jesus de Nazaré, o Cristo, homens e mulheres que o sigam em direção ao Pai, sem prerrogativas, sem a busca de benefícios próprios, sem intenção de notoriedade para fins de popularidade.
Jesus convida seguidores que sirvam como ele serve. Seguidores que amam como ele ama, desprendidos de princípios e fundamentos humanos.
A religião de Jesus é estar no meio daqueles que guardam seus ensinamentos por amor a ele. É repartir a sua própria vida entre aqueles que vivem em memória dele. Mas ele vai de encontro, também, à viúva, aos órfãos, aos necessitados, aos que sofrem nas prisões, aos doentes que sofrem nos hospitais, aos solitários e desesperançados, aos angustiados, aos arrependidos de coração, aos fracos, aos esquecidos pelos homens, aos que têm muito, mas não percebem que não têm nada.
Jesus está no meio daqueles que apenas enxergam o próprio Jesus, sem acrescentar nele atribuições de interesses humanos, sobretudo, pessoais. É Jesus por Jesus. Sem nenhuma intermediação, sem interventores, ou sociedades institucionais humanas que queiram dogmatizar um Jesus sem dogmas – desprovido de regras e mandamentos que ele não dita, mas apenas suas palavras que comprovam quem ele é.
Muito mais que um jargão, um natal feliz é ser feliz e livre em viver a vida com Jesus.
Não existe um homem que seja tão conhecido na história da humanidade como Jesus de Nazaré.
As pessoas comemoram seu nascimento, consciente ou inconscientemente, sem ao certo saber quem ele foi, o que exatamente ele fez, e o pior, mal sabem que ele está vivo.
Muitos lêem suas palavras, sem discernirem seu valor, ou simplesmente, fazem uma leitura com lentes puramente didático-filosóficas.
Encontram sabedoria em seu estilo de vida, em sua capacidade de perdão, de transmissão de amor, sugerindo a todos que o Cristo tivesse uma “inteligência emocional” invejável.
Muitos pregam o modelo de liderança de Jesus. Fazem do estilo de liderar de Jesus, um foco de empreendimento nos negócios, nas relações, ou apenas num simples gosto vazio de liderar.
Falam pouco de seus milagres. Falam pouco de sua vida simples – do não ter onde recostar a cabeça. Mas quando falam, citam o cotidiano lógico de um carpinteiro.
Falam de um Jesus histórico, como todos os outros que passaram, que deram alguma contribuição à humanidade, e mal foram percebidos. Falam de Jesus como um homem de paz, talvez lhe oferecessem um prêmio Nobel. Para muitos, talvez fosse ele a pessoa mais indicada para promover tratados de paz – uma solução interessante entre Bin Laden, Sadam e Bush, acalmando os ânimos religiosos e políticos que conduzem essa infinita saga – defendendo seus vizinhos de origens judaico-orientais, promovendo a adoção dos “gentios ocidentais”, ou seja, dos ocidentais gentílicos.
Jesus de Nazaré: um homem perfeito. Um exemplo de cidadania. Um exemplo de respeito aos “Césares”. Indiscutível e positivamente, um exemplo de voz popular, profética, que denuncia a injustiça, a hipocrisia, a falsa religião, a desonestidade, a sem-vergonhice, desmistificando o censo de triunfalismo messiânico, que se enraizava nos corações enganosos de homens que viviam contra a soberania romana, na ansiedade do “aqui se faz, aqui se paga”, do “olho por olho, dente por dente”.
É Jesus o unigênito do Pai (Deus criador dos céus e da terra). É Jesus o reconciliador entre o homem e a Trindade. É Jesus o centro da vida – nele tudo está convergido – nele tudo subsiste. Sua presença clemente diante do Pai nos faz viver como filhos, nos inserindo, definitivamente, na família que um dia, Deus idealizou.
Jesus nos torna salvos, somos por Ele livrados, e, portanto, seguros de uma eternidade desastrosa. Autor da fé dos que crêem nele, que justifica o homem diante de Deus, não permitindo que o mesmo tenha castigo eterno, e viva para sempre distante daquele que o criou. Ele está na plenitude dos tempos – a humanidade e a história não são o que são sem a presença dele.
Jesus é o Deus que se pode tocar. Jesus é a afirmação de Deus ao homem, a respeito do que é ser Filho e filho, de como agradar a Deus.
Jesus é a sinalização da vida eterna, de um reino que já existe, e que o Pai convida a todos a participarem.
Ele é a manifestação da existência e presença de Deus. Nele reside o sacrifício transformado em salvação. O desconhecimento sobre Deus transformado em graça. A ingratidão e indiferença humana transformada em misericórdia. O inferno eterno revertido em céu a partir da cruz.
A religião de Jesus é seguir a vontade do Pai. Ele não busca adeptos, membros ou sócios; mas seguidores que abdicam suas próprias paixões, sonhos irrelevantes, e sentimentos egocêntricos mundanos.
Fazem parte da religião de Jesus de Nazaré, o Cristo, homens e mulheres que o sigam em direção ao Pai, sem prerrogativas, sem a busca de benefícios próprios, sem intenção de notoriedade para fins de popularidade.
Jesus convida seguidores que sirvam como ele serve. Seguidores que amam como ele ama, desprendidos de princípios e fundamentos humanos.
A religião de Jesus é estar no meio daqueles que guardam seus ensinamentos por amor a ele. É repartir a sua própria vida entre aqueles que vivem em memória dele. Mas ele vai de encontro, também, à viúva, aos órfãos, aos necessitados, aos que sofrem nas prisões, aos doentes que sofrem nos hospitais, aos solitários e desesperançados, aos angustiados, aos arrependidos de coração, aos fracos, aos esquecidos pelos homens, aos que têm muito, mas não percebem que não têm nada.
Jesus está no meio daqueles que apenas enxergam o próprio Jesus, sem acrescentar nele atribuições de interesses humanos, sobretudo, pessoais. É Jesus por Jesus. Sem nenhuma intermediação, sem interventores, ou sociedades institucionais humanas que queiram dogmatizar um Jesus sem dogmas – desprovido de regras e mandamentos que ele não dita, mas apenas suas palavras que comprovam quem ele é.
Muito mais que um jargão, um natal feliz é ser feliz e livre em viver a vida com Jesus.
15 novembro 2006
A Espiritualidade no silêncio
Joerley Cruz
Pensar em espiritualidade significa abrir o leque para uma cosmovisão. Para muitos a espiritualidade está relacionada com o estado de espírito. Para outros, a espiritualidade possibilita um perfeito relacionar-se com o “eu” – uma experiência mística que nos auxilia em sermos melhores, mais úteis, mais produtivos, mais humanos, mais compreensivos, mais longânimos, pacientes, enfim, com tal espiritualidade e seus exercícios, tornamo-nos pessoas agradáveis e aceitas. Isso nos dá a entender que, por muitas vezes, a espiritualidade é sinônimo de uma busca insistente por domínio próprio, ou seja, domínio das situações da vida.
No entanto, podemos pensar em uma espiritualidade unicamente cristã.
É de se levar em consideração que espiritualidade é quando um ser imanente é alimentado por um ser transcendente, ou seja, em uma experiência espiritual, somos nutridos por alguém superior, perceptível, e pessoal; ou como escrevem Frei Betto e Leonardo Boff que, “espiritualidade é referida ao que não tem arrimo na vida material”.
Podemos caminhar na compreensão de que o Deus da Bíblia, o Deus presente no contexto judaico, que visita o ambiente cristão, ao mesmo tempo, é caracterizado como Espiritual.
A espiritualidade pode estar associada ao silêncio. Tal silêncio não se refere simplesmente numa omissão de palavras, mas na quietude de nosso espírito, que na maioria das vezes, se debate em diferentes direções. O silêncio confronta a ansiedade do ser – ansiedade essa que Jesus Cristo adverte que abandonemos. Jesus de Nazaré nos aconselha em não andarmos ansiosos por coisa alguma, ou seja, nossa quietude expressa o verdadeiro e desejado anseio com o qual, Deus espera com que nos ocupemos.
Associar a espiritualidade com o silêncio, ou seja, vivenciar nossas experiências com Deus, e em Deus, é perceber o teor de simplicidade em nosso relacionamento com o divino, e também profundo ao mesmo tempo. Não há nada mais simples que um estado de quietude. É possível que por isso, muitos não o busquem, uma vez que esses possuem a equivocada impressão de que tal espiritualidade conduza a um vazio desnecessário, inabitável, sem utilidade e proveito, não satisfazendo os anseios dos nossos dias.
A busca de uma espiritualidade sem reflexão, quietude, meditação, contemplação, nos conduz a um relacionamento raso com o Deus que é Espírito. Somos impulsionados a transitar por infinitos quilômetros superficiais, onde nossos olhos e percepção nos enganam, porém, possuímos uma profundidade de alguns poucos centímetros, que nos atraca e nos imobiliza.
O exercício do silêncio é calar-se diante do Espírito de Deus, dando assim, abertura à comunicação que Deus nos oferece. Falamos muito, opinamos muito, decidimos demais, cremos que sabemos todas as coisas, que possuímos as respostas para todas as situações, mas não silenciamos diante do Espírito divino.
O secularismo nos empurra para atitudes pró ativas. Atitudes que estejam presentes muito antes das reais expectativas, desprezando, assim, uma experiência onde Deus pode nos surpreender com Suas palavras e ações. Somos forçados a cada dia em não sermos espirituais, mas pragmáticos, realistas, onde muitos caracterizam, sutilmente, a atuação e manifestação do Espírito, como algo romantizado e emocional.
A espiritualidade no silêncio produz uma experiência aonde os gritos de muitas vozes, vindos por toda parte, sejam silenciados. Tal espiritualidade não nos anula na prática cristã, mas nos prepara para tal. Nossa quietude nos oferece proximidade de Deus, e conhecimento a respeito de nós mesmos, oferecendo uma melhor condição de convivência com o próximo. O sábio não é aquele que sabe todas as coisas a respeito dos outros e de tudo, mas aquele que, pelo menos um pouco, reconhece a si mesmo em uma busca constante.
Somos convidados por Deus em nos relacionarmos com Ele. Não estamos lidando com um Deus desvinculado de sua criação, nem muito menos de seus filhos. E nesse convite ao relacionamento, Deus espera de nós olhos e ouvidos dedicados e atentos a Ele, sem pressa, sem agitação, na desculpa de que temos muito por fazer por Ele, ou em favor do Reino, pois em tal desculpa, demonstramos tolice, devido às nossas falíveis, falsas e particulares motivações.
Em nossa prática espiritual silenciosa, ansiamos por uma formação progressiva de um caráter genuinamente cristão, altruísta, que compreende que a origem e o motivo de nossa prática, residem em um Ser que deseja nos moldar em semelhança de Seu Filho Jesus, que em sua quietude, tornou a vontade do Pai o seu alimento.
Pensar em espiritualidade significa abrir o leque para uma cosmovisão. Para muitos a espiritualidade está relacionada com o estado de espírito. Para outros, a espiritualidade possibilita um perfeito relacionar-se com o “eu” – uma experiência mística que nos auxilia em sermos melhores, mais úteis, mais produtivos, mais humanos, mais compreensivos, mais longânimos, pacientes, enfim, com tal espiritualidade e seus exercícios, tornamo-nos pessoas agradáveis e aceitas. Isso nos dá a entender que, por muitas vezes, a espiritualidade é sinônimo de uma busca insistente por domínio próprio, ou seja, domínio das situações da vida.
No entanto, podemos pensar em uma espiritualidade unicamente cristã.
É de se levar em consideração que espiritualidade é quando um ser imanente é alimentado por um ser transcendente, ou seja, em uma experiência espiritual, somos nutridos por alguém superior, perceptível, e pessoal; ou como escrevem Frei Betto e Leonardo Boff que, “espiritualidade é referida ao que não tem arrimo na vida material”.
Podemos caminhar na compreensão de que o Deus da Bíblia, o Deus presente no contexto judaico, que visita o ambiente cristão, ao mesmo tempo, é caracterizado como Espiritual.
A espiritualidade pode estar associada ao silêncio. Tal silêncio não se refere simplesmente numa omissão de palavras, mas na quietude de nosso espírito, que na maioria das vezes, se debate em diferentes direções. O silêncio confronta a ansiedade do ser – ansiedade essa que Jesus Cristo adverte que abandonemos. Jesus de Nazaré nos aconselha em não andarmos ansiosos por coisa alguma, ou seja, nossa quietude expressa o verdadeiro e desejado anseio com o qual, Deus espera com que nos ocupemos.
Associar a espiritualidade com o silêncio, ou seja, vivenciar nossas experiências com Deus, e em Deus, é perceber o teor de simplicidade em nosso relacionamento com o divino, e também profundo ao mesmo tempo. Não há nada mais simples que um estado de quietude. É possível que por isso, muitos não o busquem, uma vez que esses possuem a equivocada impressão de que tal espiritualidade conduza a um vazio desnecessário, inabitável, sem utilidade e proveito, não satisfazendo os anseios dos nossos dias.
A busca de uma espiritualidade sem reflexão, quietude, meditação, contemplação, nos conduz a um relacionamento raso com o Deus que é Espírito. Somos impulsionados a transitar por infinitos quilômetros superficiais, onde nossos olhos e percepção nos enganam, porém, possuímos uma profundidade de alguns poucos centímetros, que nos atraca e nos imobiliza.
O exercício do silêncio é calar-se diante do Espírito de Deus, dando assim, abertura à comunicação que Deus nos oferece. Falamos muito, opinamos muito, decidimos demais, cremos que sabemos todas as coisas, que possuímos as respostas para todas as situações, mas não silenciamos diante do Espírito divino.
O secularismo nos empurra para atitudes pró ativas. Atitudes que estejam presentes muito antes das reais expectativas, desprezando, assim, uma experiência onde Deus pode nos surpreender com Suas palavras e ações. Somos forçados a cada dia em não sermos espirituais, mas pragmáticos, realistas, onde muitos caracterizam, sutilmente, a atuação e manifestação do Espírito, como algo romantizado e emocional.
A espiritualidade no silêncio produz uma experiência aonde os gritos de muitas vozes, vindos por toda parte, sejam silenciados. Tal espiritualidade não nos anula na prática cristã, mas nos prepara para tal. Nossa quietude nos oferece proximidade de Deus, e conhecimento a respeito de nós mesmos, oferecendo uma melhor condição de convivência com o próximo. O sábio não é aquele que sabe todas as coisas a respeito dos outros e de tudo, mas aquele que, pelo menos um pouco, reconhece a si mesmo em uma busca constante.
Somos convidados por Deus em nos relacionarmos com Ele. Não estamos lidando com um Deus desvinculado de sua criação, nem muito menos de seus filhos. E nesse convite ao relacionamento, Deus espera de nós olhos e ouvidos dedicados e atentos a Ele, sem pressa, sem agitação, na desculpa de que temos muito por fazer por Ele, ou em favor do Reino, pois em tal desculpa, demonstramos tolice, devido às nossas falíveis, falsas e particulares motivações.
Em nossa prática espiritual silenciosa, ansiamos por uma formação progressiva de um caráter genuinamente cristão, altruísta, que compreende que a origem e o motivo de nossa prática, residem em um Ser que deseja nos moldar em semelhança de Seu Filho Jesus, que em sua quietude, tornou a vontade do Pai o seu alimento.
10 novembro 2006
Trazendo a Cruz de Volta
Jeff Fromholz
João 3:14 “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.b>
Faz um tempo e muitas viagens pelo nosso país, que eu tenho descoberto algo que é meio assustador e triste. Tantas igrejas lindas cheias de tantas visões e métodos, mas percebo que algo está quase sempre faltando. Sabe do que é? A cruz, uma simples cruz.
Eu acho incrível que a maioria das igrejas evangélicas hoje em dia não têm nenhuma cruz dentro delas. Isto para mim é algo muito estranho. Cadê a cruz? Será que ela não é algo importante para nós? Será que não tem mais significado? Se você parar para estudar a Bíblia você vai ver que desde Adão e passando para Abraão, Moisés, Davi e os profetas, todos apontaram para uma pessoa: Jesus, e todos apontaram para uma coisa: a sua morte.
Sem discussão, Jesus é a figura mais importante na história do mundo e a cruz é a peça mais importante. A cruz é a razão pela qual Jesus veio.
Jesus sem a cruz é igual o mar sem água. Não tem como. Os dois andam juntos. Sem a cruz... sem salvação. Sem a cruz... sem esperança. Sem a cruz... não há Cristianismo.
A cruz é tudo o que a humanidade precisava e precisa. Não era somente de um homem perfeito, mais; a sua morte, o seu sangue.
Hebreus 9.22; De fato, de acordo com a lei, quase tudo é purificado com sangue. E, não havendo derramamento de sangue, não há perdão de pecados.
Foi o sangue Dele que nos comprou. Foi a morte Dele que Deus o Pai requisitou. Tudo é sobre Ele e tudo tem a ver com a Sua cruz. Então, eu preciso saber, como que é que nós não temos mais as cruz em nossas igrejas? Temos vergonha de nos identificar com a morte Dele?
A coisa mais louca é que nós temos tirado a cruz das nossas igrejas de propósito. Foi algo pensado e decidido. Pense bem nisso.
Imagine líderes sentados juntos, discutindo sobre deixar a cruz na igreja ou retirá-la. E pior, muitos decidiram pela retirada! Que doideira! Como alguém pode pensar que é melhor sem a cruz? Será que eles oraram e Deus falou para tirar a cruz mesmo?
E agora nós colocamos qualquer coisa na igreja que não a cruz. Bandeiras bem grandes e caras, declarando “nossa visão”, estrelas de Davi, bandeiras de Israel, púlpitos de vidro, flores, desenhos, etc., mas não colocamos a cruz.
A maior alegria de satanás nos últimos tempos é ver como ele convenceu a igreja a tirar a cruz.
Uma igreja sem a cruz é igual um barzinho sem cerveja. Não faz sentido.
Imagine um visitante entrando e vendo tudo, mas não uma cruz. Que coisa esquisita. Nós temos que trazer de volta a cruz! E não somente uma cruz física, mas mensagens sobre a cruz.
Nós pregamos sobre muitas coisas, como prosperidade, bençãos, restituição. Tudo o que queremos ouvir. E se você não é próspero ou abençoado “por todo lado”, e daí? Por isto é que você serve a Jesus? Desde quando Cristianismo e a morte de Jesus representavam estas coisas?
A igreja primitiva entendeu bem o sacrifício e sofrimento que a cruz representava. Talvez por isso a tenhamos retirado. Nós também entendemos o que ela representa e nós não queremos sofrer. Só queremos nossa “benção” e pronto. Mas, isso não é Cristianismo! Isso é egoísmo. Por favor, me responda: “Cadê a cruz?”.
Fico triste, quando entro numa igreja toda decorada com faixas sobre as estruturas humanas. Mas, “uma visão” que acaba se tornando em nada mais do que idolatria.
“Você está na visão?”, dizem alguns... que pobreza. É mais um bezerro de ouro que vai acabar em pó.
Dá uma vontade de gritar: “Não é por isso que Jesus morreu!”. Jesus não morreu para nenhuma visão além daquela que é alcançar os pecadores deste mundo.
Pode falar o que quiser sobre “sua visão”, mas na hora em que você começa a falar mais da “sua visão” do que da cruz, você tem um ídolo. E isso é que nós vemos hoje em dia: muitos bezerros de ouro. É algo tão comum que quase ninguém percebe mais. Temos confundido visões humanas com o evangelho. Mas os dois não são sinônimos. De novo eu te pergunto: “Cadê a cruz?”.
Nós precisamos pregar mais sobre a cruz, além da época da páscoa, ou da celebração da ceia, ou no fim de um culto evangelístico. É a cruz que transforma. É a mensagem da cruz que salva. Nós temos que trazer a cruz de volta para nossas igrejas!
Deixando a igreja por enquanto, vamos olhar para nossas vidas pessoais e o resultado de tirar a cruz das nossas igrejas e púlpitos. Deixe-me te perguntar: Quantas vezes por semana você tem parado para meditar na cruz de Cristo? Quantas vezes por semana você agradece a Jesus por ter morrido lá?
Meu amigo, é algo triste quando encaramos a verdade. A maioria de nós em nossas vidas dia a dia temos basicamente esquecido disso. Tô falando sério. Nós vivemos nossas vidas “normais” correndo atrás de confortos temporários, e esquecemos da coisa mais importante: Cristo e Sua Cruz. Não pode ser assim. Mas, por que devemos lembrar da cruz?
- A cruz nos lembra da morte de Jesus.
- A cruz nos lembra que fomos perdoados.
- A cruz nos lembra que fomos comprados.
- A cruz nos lembra que fomos libertos do poder do pecado.
- A cruz nos lembra que Ele nos ama.
- A cruz nos lembra da razão da nossa vida: ganhar almas.
- A cruz nos lembra de quem nós somos e de como nós devemos nos comportar.
- A cruz nos lembra que Ele é invencível e Ele vai voltar.
Nós precisamos da cruz constantemente diante de nós. Há necessidade de ver e lembrar da cruz cada dia. Nós temos que trazer a cruz de volta para nossas vidas. Sem a cruz, sem santidade. Sem a cruz, sem propósito de vida. Sem a cruz, sem relacionamento com Deus.
A cruz de Cristo é muito mais do que um símbolo antigo. É o preço que Cristo pagou para nos salvar, e isso é algo que nós não podemos arriscar de perder.
A cruz significa nossa salvação, nosso perdão, nossa libertação, a cura, e uma nova vida. Nós não podemos jogá-la fora, por medo de alguém vir a idolatrá-la.
É ridículo como os evangélicos hoje em dia têm uma mania de não usar a cruz num cordão. Mas a gente coloca a estrela de Davi como se fosse algo mágico. A estrela de Davi nunca salvou, nem vai salvar ninguém. Ninguém morreu na estrela. Encare a verdade, a estrela de Davi é moda que não tem muito a ver com sua vida cristã. Mas a cruz é tudo que somos. Como o povo de Deus é irônico.
Eu sei, muitas pessoas não usam a cruz por medo de ser achado católico. Vamos crescer um pouco. Se um católico se identifica com a cruz como eu devo, beleza. Qual é o problema? Fale o que você quizer, mas eu conheço uns católicos que são bem mais crentes do que muitos “evangélicos”. Nós temos que entender que não é sua igreja que vai te salvar, nem sua visão, mas Jesus Cristo que morreu lá na CRUZ.
E esta cruz nós precisamos colocar sempre diante de nós. É a nossa salvação e comissão.
“Tome a sua cruz e siga-me.”
Temos que trazer de volta a cruz.
João 3:14 “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.b>
Faz um tempo e muitas viagens pelo nosso país, que eu tenho descoberto algo que é meio assustador e triste. Tantas igrejas lindas cheias de tantas visões e métodos, mas percebo que algo está quase sempre faltando. Sabe do que é? A cruz, uma simples cruz.
Eu acho incrível que a maioria das igrejas evangélicas hoje em dia não têm nenhuma cruz dentro delas. Isto para mim é algo muito estranho. Cadê a cruz? Será que ela não é algo importante para nós? Será que não tem mais significado? Se você parar para estudar a Bíblia você vai ver que desde Adão e passando para Abraão, Moisés, Davi e os profetas, todos apontaram para uma pessoa: Jesus, e todos apontaram para uma coisa: a sua morte.
Sem discussão, Jesus é a figura mais importante na história do mundo e a cruz é a peça mais importante. A cruz é a razão pela qual Jesus veio.
Jesus sem a cruz é igual o mar sem água. Não tem como. Os dois andam juntos. Sem a cruz... sem salvação. Sem a cruz... sem esperança. Sem a cruz... não há Cristianismo.
A cruz é tudo o que a humanidade precisava e precisa. Não era somente de um homem perfeito, mais; a sua morte, o seu sangue.
Hebreus 9.22; De fato, de acordo com a lei, quase tudo é purificado com sangue. E, não havendo derramamento de sangue, não há perdão de pecados.
Foi o sangue Dele que nos comprou. Foi a morte Dele que Deus o Pai requisitou. Tudo é sobre Ele e tudo tem a ver com a Sua cruz. Então, eu preciso saber, como que é que nós não temos mais as cruz em nossas igrejas? Temos vergonha de nos identificar com a morte Dele?
A coisa mais louca é que nós temos tirado a cruz das nossas igrejas de propósito. Foi algo pensado e decidido. Pense bem nisso.
Imagine líderes sentados juntos, discutindo sobre deixar a cruz na igreja ou retirá-la. E pior, muitos decidiram pela retirada! Que doideira! Como alguém pode pensar que é melhor sem a cruz? Será que eles oraram e Deus falou para tirar a cruz mesmo?
E agora nós colocamos qualquer coisa na igreja que não a cruz. Bandeiras bem grandes e caras, declarando “nossa visão”, estrelas de Davi, bandeiras de Israel, púlpitos de vidro, flores, desenhos, etc., mas não colocamos a cruz.
A maior alegria de satanás nos últimos tempos é ver como ele convenceu a igreja a tirar a cruz.
Uma igreja sem a cruz é igual um barzinho sem cerveja. Não faz sentido.
Imagine um visitante entrando e vendo tudo, mas não uma cruz. Que coisa esquisita. Nós temos que trazer de volta a cruz! E não somente uma cruz física, mas mensagens sobre a cruz.
Nós pregamos sobre muitas coisas, como prosperidade, bençãos, restituição. Tudo o que queremos ouvir. E se você não é próspero ou abençoado “por todo lado”, e daí? Por isto é que você serve a Jesus? Desde quando Cristianismo e a morte de Jesus representavam estas coisas?
A igreja primitiva entendeu bem o sacrifício e sofrimento que a cruz representava. Talvez por isso a tenhamos retirado. Nós também entendemos o que ela representa e nós não queremos sofrer. Só queremos nossa “benção” e pronto. Mas, isso não é Cristianismo! Isso é egoísmo. Por favor, me responda: “Cadê a cruz?”.
Fico triste, quando entro numa igreja toda decorada com faixas sobre as estruturas humanas. Mas, “uma visão” que acaba se tornando em nada mais do que idolatria.
“Você está na visão?”, dizem alguns... que pobreza. É mais um bezerro de ouro que vai acabar em pó.
Dá uma vontade de gritar: “Não é por isso que Jesus morreu!”. Jesus não morreu para nenhuma visão além daquela que é alcançar os pecadores deste mundo.
Pode falar o que quiser sobre “sua visão”, mas na hora em que você começa a falar mais da “sua visão” do que da cruz, você tem um ídolo. E isso é que nós vemos hoje em dia: muitos bezerros de ouro. É algo tão comum que quase ninguém percebe mais. Temos confundido visões humanas com o evangelho. Mas os dois não são sinônimos. De novo eu te pergunto: “Cadê a cruz?”.
Nós precisamos pregar mais sobre a cruz, além da época da páscoa, ou da celebração da ceia, ou no fim de um culto evangelístico. É a cruz que transforma. É a mensagem da cruz que salva. Nós temos que trazer a cruz de volta para nossas igrejas!
Deixando a igreja por enquanto, vamos olhar para nossas vidas pessoais e o resultado de tirar a cruz das nossas igrejas e púlpitos. Deixe-me te perguntar: Quantas vezes por semana você tem parado para meditar na cruz de Cristo? Quantas vezes por semana você agradece a Jesus por ter morrido lá?
Meu amigo, é algo triste quando encaramos a verdade. A maioria de nós em nossas vidas dia a dia temos basicamente esquecido disso. Tô falando sério. Nós vivemos nossas vidas “normais” correndo atrás de confortos temporários, e esquecemos da coisa mais importante: Cristo e Sua Cruz. Não pode ser assim. Mas, por que devemos lembrar da cruz?
- A cruz nos lembra da morte de Jesus.
- A cruz nos lembra que fomos perdoados.
- A cruz nos lembra que fomos comprados.
- A cruz nos lembra que fomos libertos do poder do pecado.
- A cruz nos lembra que Ele nos ama.
- A cruz nos lembra da razão da nossa vida: ganhar almas.
- A cruz nos lembra de quem nós somos e de como nós devemos nos comportar.
- A cruz nos lembra que Ele é invencível e Ele vai voltar.
Nós precisamos da cruz constantemente diante de nós. Há necessidade de ver e lembrar da cruz cada dia. Nós temos que trazer a cruz de volta para nossas vidas. Sem a cruz, sem santidade. Sem a cruz, sem propósito de vida. Sem a cruz, sem relacionamento com Deus.
A cruz de Cristo é muito mais do que um símbolo antigo. É o preço que Cristo pagou para nos salvar, e isso é algo que nós não podemos arriscar de perder.
A cruz significa nossa salvação, nosso perdão, nossa libertação, a cura, e uma nova vida. Nós não podemos jogá-la fora, por medo de alguém vir a idolatrá-la.
É ridículo como os evangélicos hoje em dia têm uma mania de não usar a cruz num cordão. Mas a gente coloca a estrela de Davi como se fosse algo mágico. A estrela de Davi nunca salvou, nem vai salvar ninguém. Ninguém morreu na estrela. Encare a verdade, a estrela de Davi é moda que não tem muito a ver com sua vida cristã. Mas a cruz é tudo que somos. Como o povo de Deus é irônico.
Eu sei, muitas pessoas não usam a cruz por medo de ser achado católico. Vamos crescer um pouco. Se um católico se identifica com a cruz como eu devo, beleza. Qual é o problema? Fale o que você quizer, mas eu conheço uns católicos que são bem mais crentes do que muitos “evangélicos”. Nós temos que entender que não é sua igreja que vai te salvar, nem sua visão, mas Jesus Cristo que morreu lá na CRUZ.
E esta cruz nós precisamos colocar sempre diante de nós. É a nossa salvação e comissão.
“Tome a sua cruz e siga-me.”
Temos que trazer de volta a cruz.
24 outubro 2006
Humildade e vida espiritual
(Thomas Merton)
“É quase impossível superestimar o valor da verdadeira humildade e de seu poder na vida espiritual. Pois o primeiro passo na humildade é o primeiro passo no caminho da bem-aventurança, e a consumação da humildade é a perfeição e plenitude da alegria. A humildade contém em si a resposta a todos os grandes problemas da vida da alma. A humildade é a única chave que dá acesso à fé, início da vida espiritual, pois fé e humildade são inseparáveis. Na perfeita humildade desaparece todo egoísmo e a alma não vive mais para si nem em si mesma, mas para Deus; na humildade a alma se perde de vista, mergulha em Deus e é nele transformada.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton(New Directions, New York), 1972. p. 181No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Editora Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 179-180
“É quase impossível superestimar o valor da verdadeira humildade e de seu poder na vida espiritual. Pois o primeiro passo na humildade é o primeiro passo no caminho da bem-aventurança, e a consumação da humildade é a perfeição e plenitude da alegria. A humildade contém em si a resposta a todos os grandes problemas da vida da alma. A humildade é a única chave que dá acesso à fé, início da vida espiritual, pois fé e humildade são inseparáveis. Na perfeita humildade desaparece todo egoísmo e a alma não vive mais para si nem em si mesma, mas para Deus; na humildade a alma se perde de vista, mergulha em Deus e é nele transformada.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton(New Directions, New York), 1972. p. 181No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Editora Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 179-180
18 outubro 2006
A minha alma tem sede de Deus
“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Salmo 42.2)
A alma que tem sede de Deus anela uma intensificação no relacionamento com Deus, dentro de uma experiência de vida corpórea (vida experimentada no corpo, na carne), podendo ter ao mesmo tempo um desejo de céu, uma fome e sede de eternidade – almejando o que está por vir. É verdade que existem aqueles que dizem que precisamos trabalhar mais para Deus, e não se preocupar em ter pressa de ir ao céu. Certa vez, o apóstolo Paulo disse que era necessário estar com os irmãos, por causa dos próprios irmãos, porém, estar com Cristo é incomparavelmente melhor (Fp. 1.23-24). A sede poetizada por Davi é uma sede de Deus, e não das coisas que dizem respeito a Deus neste mundo. A sede é de encontrar e estar para sempre, eternamente com a pessoa de Deus, e não de realizar as obras, que por mais importantes que sejam, não sejam o próprio Deus. (Amando a Deus, e não o meio ou a instrumentalidade que utilizamos para nos aproximar de Deus). A impressão que tenho, e não sei qual é a sua, apesar de que eu a respeito, é que muitos homens e mulheres de Deus, não têm experimentado essa mesma sede que Davi pode ter. Muitos são os que trocam a água da vida, duradoura e eterna, pela água do poço que logo se secará. Ouvi uma vez de um amigo: “Somos rápidos para satisfazer a fome e a sede do nosso corpo, mas lentos para satisfazer a fome e a sede da nossa alma”. Sem dúvida alguma, nossos pés estão muito bem firmados naquilo que já nos acostumamos a fazer para Deus e pelo nome de Deus, ao invés de querer penetrar na presença mais desconhecida de um Deus vivo. Eu confesso que, particularmente, tenho me concentrado nestes últimos meses, a buscar a face de Deus de uma forma mais dedicada, pois creio que esse processo, a cada dia, torna menor à distância entre Deus e eu. A cada dia, disciplinando-me em não permitir que a minha sede de Deus seja obscurecida. Gostaria, então, de lhe convidar a refletir sobre isso, caso você não tenha percebido o quanto a sua alma necessita de Deus, e essa necessidade desapercebida é substituída por algo que a sua carne se satisfaz – uma água artificial que tem aparência de água da vida, tem gosto de água da vida, mas não é. Parece. Mas não é....
A alma que tem sede de Deus anela uma intensificação no relacionamento com Deus, dentro de uma experiência de vida corpórea (vida experimentada no corpo, na carne), podendo ter ao mesmo tempo um desejo de céu, uma fome e sede de eternidade – almejando o que está por vir. É verdade que existem aqueles que dizem que precisamos trabalhar mais para Deus, e não se preocupar em ter pressa de ir ao céu. Certa vez, o apóstolo Paulo disse que era necessário estar com os irmãos, por causa dos próprios irmãos, porém, estar com Cristo é incomparavelmente melhor (Fp. 1.23-24). A sede poetizada por Davi é uma sede de Deus, e não das coisas que dizem respeito a Deus neste mundo. A sede é de encontrar e estar para sempre, eternamente com a pessoa de Deus, e não de realizar as obras, que por mais importantes que sejam, não sejam o próprio Deus. (Amando a Deus, e não o meio ou a instrumentalidade que utilizamos para nos aproximar de Deus). A impressão que tenho, e não sei qual é a sua, apesar de que eu a respeito, é que muitos homens e mulheres de Deus, não têm experimentado essa mesma sede que Davi pode ter. Muitos são os que trocam a água da vida, duradoura e eterna, pela água do poço que logo se secará. Ouvi uma vez de um amigo: “Somos rápidos para satisfazer a fome e a sede do nosso corpo, mas lentos para satisfazer a fome e a sede da nossa alma”. Sem dúvida alguma, nossos pés estão muito bem firmados naquilo que já nos acostumamos a fazer para Deus e pelo nome de Deus, ao invés de querer penetrar na presença mais desconhecida de um Deus vivo. Eu confesso que, particularmente, tenho me concentrado nestes últimos meses, a buscar a face de Deus de uma forma mais dedicada, pois creio que esse processo, a cada dia, torna menor à distância entre Deus e eu. A cada dia, disciplinando-me em não permitir que a minha sede de Deus seja obscurecida. Gostaria, então, de lhe convidar a refletir sobre isso, caso você não tenha percebido o quanto a sua alma necessita de Deus, e essa necessidade desapercebida é substituída por algo que a sua carne se satisfaz – uma água artificial que tem aparência de água da vida, tem gosto de água da vida, mas não é. Parece. Mas não é....
10 outubro 2006
Olhai os lírios do campo
(Anselm Grün)
"Olhai os lírios do campo: não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem Salomão com toda sua glória se vestiu como um deles". O que nos diz ainda hoje este ensinamento de Jesus, conforme o "Sermão da Montanha" narrado por Mateus?
Certamente Jesus já conhecia pessoas que, por pura preocupação, andavam o dia todo cansadas, correndo atrás do trabalho com medo de perder um possível lucro. Poderia não ser o suficiente para a vida o que estavam lucrando. Jesus nos apresenta o exemplo dos lírios do campo. Suas vestes são mais belas do que as de Salomão, que tinha a seu serviço muitíssimas pessoas. O filósofo ateu Ernst Bloch acha que esta parábola de Jesus mostra seu romantismo econômico; que Jesus não tinha noção das interdependências econômicas. Mas Jesus recusava-se a identificar a vida com o trabalho. A vida é mais do que o trabalho. A vida é também usufruir agradecido do que cresceu no campo, e também na roça de minha alma. A pessoa se preocupa com sua comida e vestuário. São as motivações básicas de seu trabalho. Mas, antes de ganharmos com nosso trabalho a comida e a roupa, deveríamos ver que Deus nos dá alimento e vestuário de graça. O vestuário consegue destacar mais ainda a beleza que Deus deu ao ser humano. Mas não consegue tornar belo um ser humano feio. A verdadeira beleza das pessoas vem de Deus, assim como vem de Deus a beleza dos lírios. Antes de nos pormos a trabalhar, deveríamos notar primeiro o que Deus nos dá de presente dia após dia. Então o trabalho ficará dentro de seu exato limite. Ele não nos escravizará, mas será expressão de nossa criatividade. Ele não será produto do medo, mas brotará de nós por prazer de criar. Ele faz parte de nossa vida, também com suas dificuldades. Mas ele pára de governar nossa vida.
"Olhai os lírios do campo: não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem Salomão com toda sua glória se vestiu como um deles". O que nos diz ainda hoje este ensinamento de Jesus, conforme o "Sermão da Montanha" narrado por Mateus?
Certamente Jesus já conhecia pessoas que, por pura preocupação, andavam o dia todo cansadas, correndo atrás do trabalho com medo de perder um possível lucro. Poderia não ser o suficiente para a vida o que estavam lucrando. Jesus nos apresenta o exemplo dos lírios do campo. Suas vestes são mais belas do que as de Salomão, que tinha a seu serviço muitíssimas pessoas. O filósofo ateu Ernst Bloch acha que esta parábola de Jesus mostra seu romantismo econômico; que Jesus não tinha noção das interdependências econômicas. Mas Jesus recusava-se a identificar a vida com o trabalho. A vida é mais do que o trabalho. A vida é também usufruir agradecido do que cresceu no campo, e também na roça de minha alma. A pessoa se preocupa com sua comida e vestuário. São as motivações básicas de seu trabalho. Mas, antes de ganharmos com nosso trabalho a comida e a roupa, deveríamos ver que Deus nos dá alimento e vestuário de graça. O vestuário consegue destacar mais ainda a beleza que Deus deu ao ser humano. Mas não consegue tornar belo um ser humano feio. A verdadeira beleza das pessoas vem de Deus, assim como vem de Deus a beleza dos lírios. Antes de nos pormos a trabalhar, deveríamos notar primeiro o que Deus nos dá de presente dia após dia. Então o trabalho ficará dentro de seu exato limite. Ele não nos escravizará, mas será expressão de nossa criatividade. Ele não será produto do medo, mas brotará de nós por prazer de criar. Ele faz parte de nossa vida, também com suas dificuldades. Mas ele pára de governar nossa vida.
Igreja de Jesus - uma Igreja pura e simples
Nos dias de hoje, caminhamos no meio de uma multidão bastante adversa em relação ao que no passado, originariamente, alguns poucos eram considerados os “do caminho”, ou seja, seguidores de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.
Pensar a respeito da Igreja, em meio às múltiplas formas de interpretação que fazem da Bíblia, onde cada um define seu modo de ser Igreja de Cristo, é um trabalho já feito por muitos – já bastante explorado por pensadores leigos ou não, que tentam de alguma maneira nos trazer novos entendimentos. A idéia aqui não é acrescentar mais uma interpretação, juntamente com os muitos investigadores da Eclesiologia, mas apenas apreciar o que somos em Cristo Jesus, como Igreja.
A Igreja de Jesus é boa, excelente, agradável e cativante, porque ela fala de Jesus, o Senhor da vida, ela não fala a respeito de si mesma. A Igreja de Jesus não é um fim em si mesmo, mas uma porta que proporciona conhecer o Senhor da Igreja: Cristo.
A Igreja de Jesus não busca aproximar as pessoas unicamente para si, sendo ela a razão e o motivo do Evangelho, mas centraliza todas as suas ações, jeitos e costumes, apontando em direção a Cristo. Pessoas que se juntam para caminharem atrás de Jesus.
A Igreja de Cristo não tem a mensagem do Evangelho, pois o Evangelho pertence ao Cristo da Igreja. A Igreja utiliza o Evangelho de Cristo para anunciar o Cristo – seu senhorio, sua ação salvadora, sua natureza divina – portanto, Ele é o centro. O corpo sem a cabeça não possui finalidade, ou vida própria.
Jesus Cristo é o único motivo da existência da Igreja. Não existe outra razão para a sua existência, para a sua reunião, senão, amar a Jesus, adorá-LO, falar sobre Ele, viver no exemplo de vida dEle, dar ouvido exclusivamente a Ele, conduzir as pessoas para a presença de Cristo, o Senhor. A Igreja é a noiva de Cristo, portanto, sua fidelidade a Ele é total.
A atitude da Igreja de Cristo é semelhante à de Maria, irmã de Marta (Evangelho Segundo São Lucas, capitulo 10, versículos de 38 a 42), que quedou-se aos pés de Jesus, e por Ele foi aprovada. A Igreja de Cristo é formada por cristãos que se reúnem e se assentam diante de seu Senhor, que igualmente se juntam em redor da mesa da Santa Ceia, e partilham de sua presença. Que buscam conhecer a Cristo, dedicando a Ele sua atenção.
Na Igreja de Cristo não há predominância cultural. A Igreja preserva sua essência e suas características de maneira atemporal, não caminhando no secularismo, ou desejando se moldar aos que são deste século, mas busca todos aqueles que estão neste século, para se moldarem à simplicidade da mensagem e da pessoa do Mestre.
A Igreja convida a todos, sem insistência, a seguirem o Senhor. Neste caso, a Igreja de Jesus vai caminhando atrás do Mestre, mediante uma atitude de amor, de vontade, pois seguir a Cristo é irresistível, e somente Cristo é o motivo do convencimento [quem tem ouvidos ouça].
A Igreja de Cristo proclama uma salvação que não custa dinheiro. Salvação tal, que não possui pedágios no caminho para o céu, e não se importa com riquezas ou bens. A igreja de Jesus não acredita ser o dinheiro o facilitador da mensagem do Evangelho, na tentativa de apresentar Cristo que é sinônimo de humildade, simplicidade, desprendimento, e que pode ser conhecido onde apenas existam corações e mentes abertas. Ao mesmo tempo, busca que seus desejos e vontades sejam convertidos e transformados.
A Igreja cristã anuncia a necessidade do homem em se entregar ao senhorio de Cristo. Um senhorio que exige abnegação, não alimentando a auto-suficiência, mas que busca em Cristo o seu próprio querer.
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. (Mt 18.20). Tal afirmação parece ser bastante suficiente. Se não conhecêssemos nada a respeito da Igreja de Cristo, após esta afirmação do Mestre, muito provavelmente não sentiríamos a ausência de nada, não teríamos nenhuma necessidade em sermos uma Igreja com características institucionais, que geram modelos, ou teorias pouco convincentes, porém, muitas vezes, distantes da simples e suficiente essência da reunião dos dois ou três, que experimentam a presença de Cristo, que não foi convidado para estar presente, mas que convida.
A Igreja de Cristo não busca ou convida que Ele esteja presente, mas é Ele, Cristo que atrai a sua Igreja. A reunião de dois ou três é fruto da atração provocada por Deus. É possível pensar que nem todos sejam atraídos, até porque o Senhor conhece os seus. Também é possível supor que a Igreja de Cristo não possui a prerrogativa de levar as pessoas na presença de Deus, mas é Cristo, o Bom Pastor, que atrai os que ouvem e conhecem a sua voz.
Estar reunido em nome do Senhor Jesus é estar em volta dele. Ser Igreja de Jesus é propiciar conforto, abrigo, amor, consolo, transformando o “momento Igreja” em algo acolhedor, curador, e receptivo a qualquer ser humano necessitado e carente.
Ser Igreja de Cristo é estar distante de qualquer preocupação que roube a presença esplendorosa do Deus Triúno, que ofusque o sentido da cruz, o sentido da adoração ao Senhor. Vivenciar o momento de reunião de dois ou mais é convidar Cristo para entrar no meio dos que estão sem rumo, indignos de qualquer aceitação.
A Igreja de Cristo é aquela que se concentra na reunião dos dois ou mais. Uma reunião que convida a todos, com suas diferentes histórias, pecados, e imperfeições. É uma reunião que oferece a possibilidade de ser composta por pessoas sociologicamente sem valor. Uma reunião para pecadores arrependidos, tiranos, impostores, devedores, injustiçados, angustiados, homens e mulheres em aperto (conforme os que se juntaram com Davi em Adulão – Primeiro Livro de Samuel, capitulo 22).
A Igreja de Jesus não é para os que se consideram perfeitos, mas, sim, para aqueles que buscam O perfeito, que é Cristo, o Senhor. Uma reunião para publicanos e pecadores, que estão perdidos, sem esperança e sem aceitação. Não é uma reunião para fariseus, que tornam a Lei mais pesada, inviabilizando a mensagem do Evangelho da graça de Deus (Evangelho de São Lucas, capítulo dezoito, versículos de nove a quatorze).
Estarem reunidos em nome do Senhor Jesus é andar na direção que as Escrituras sinalizam – mais necessariamente na direção que Cristo aponta. Estarem reunidos em nome do Senhor é recusar a vaidade da religião. É recusar a vaga possibilidade de méritos humanos que, muitas vezes, torna-se o motivo do reunir-se, e, que, consequentemente, torna-se a razão da ausência do Senhor.
É, na verdade, uma reunião de dois ou três desprovidos de mazelas, picuinhas, atitudes que demonstrem poder, sem nenhum sentimento de propriedade pelo rebanho de Deus, sem a preocupação por regimentos que mais espalham e apartam, do que ajuntam. A Igreja de Cristo é realmente simples.
A Igreja do Senhor que se reúne a partir de dois ou três, possui como objetivo tocar silenciosamente os corações vulneráveis, como também os corações petrificados. Há lugar para todos – continua não sendo necessário ter dinheiro, pois não há nada para comprar. O pagamento foi feito da parte do Senhor dos “dois ou três”, que por alto preço – sua própria vida – permite que haja uma reunião de celebração à salvação.
O ato de reunir-se a partir de dois ou três, não gera popularidade ou glamour, mas produz relacionamento provido de fé, que une a presença Triúna de Deus e a carência do homem, sem que o sino ressoe, ou as trombetas anunciem tal experiência que pertence apenas aos olhos da fé, que pertence aos que Cristo atrai.
Na reunião da Igreja de Cristo, sendo dois ou três, quem sabe um pouco mais, não há uma busca de Deus, uma expedição coletiva ao encontro do divino, mas é o divino que busca os que ouvem sua voz – não é num bater de tambores, ou numa evocação comportada que o Deus pessoal se achega, mas é nos corações abertos daqueles que o amam, e que se juntam em contemplação, e que caminham juntos em meio a todos os homens, vivenciando e testemunhando o reflexo do Senhor, um Homem-Deus, um Deus-Homem, vindo de Nazaré, que a todos surpreende.
A reunião de dois ou três em nome de Jesus, atravessa as vilas, estradas, cidades e vilarejos – sobe e desce as favelas, ruas e calçadas – entra e sai de prédios humildes e suntuosos, todos esses, como locais onde o próprio Cristo – uma das pessoas da Trindade, autor da vida, Senhor de tudo (Aquele em que tudo se move, existe, e encontra sentido e propósito), o Filho de Deus Pai, o Jesus nazareno – poderia estar presente. Na verdade Ele está presente, porque são os dois ou três reunidos que O representam.
A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, termo usado pelo apóstolo São Paulo, inicia e termina na reunião de dois ou três, que despretensiosamente, e sem nenhuma pauta, estão no “Caminho” que os leva em direção a Ele.
A imagem da Igreja de Cristo, iniciada por Ele, traz um aspecto de pureza e simplicidade, que não morre jamais, pois é na pureza e na simplicidade que a Rocha torna-se a base inabalável.
O tempo passou, mas a Igreja de Cristo continua registrada. É uma Igreja de 2.000 e poucos anos que não perdeu sua beleza, sua doçura, e que por mais que tente maquiá-la, acreditando que ela (a Igreja) envelheceu, saiu de moda, ou, precisa acompanhar os tempos e as estações, a verdade é que sua beleza continuará em seu estado natural, uma vez que, ela já nasceu madura.
O apóstolo São Paulo nos escreve: “para a apresentar a si mesmo * [trazer para perto de si, Jesus] igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga * [não há envelhecimento], nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito [sem necessidade de torná-la mais eficaz, tendo em vista que sua santidade está edificada na Rocha, que é cristo, e que não carece de ajustes].”. (Epístola de São Paulo aos Efésios, capitulo 5, versículo 27).
* notas do autor
Pensar a respeito da Igreja, em meio às múltiplas formas de interpretação que fazem da Bíblia, onde cada um define seu modo de ser Igreja de Cristo, é um trabalho já feito por muitos – já bastante explorado por pensadores leigos ou não, que tentam de alguma maneira nos trazer novos entendimentos. A idéia aqui não é acrescentar mais uma interpretação, juntamente com os muitos investigadores da Eclesiologia, mas apenas apreciar o que somos em Cristo Jesus, como Igreja.
A Igreja de Jesus é boa, excelente, agradável e cativante, porque ela fala de Jesus, o Senhor da vida, ela não fala a respeito de si mesma. A Igreja de Jesus não é um fim em si mesmo, mas uma porta que proporciona conhecer o Senhor da Igreja: Cristo.
A Igreja de Jesus não busca aproximar as pessoas unicamente para si, sendo ela a razão e o motivo do Evangelho, mas centraliza todas as suas ações, jeitos e costumes, apontando em direção a Cristo. Pessoas que se juntam para caminharem atrás de Jesus.
A Igreja de Cristo não tem a mensagem do Evangelho, pois o Evangelho pertence ao Cristo da Igreja. A Igreja utiliza o Evangelho de Cristo para anunciar o Cristo – seu senhorio, sua ação salvadora, sua natureza divina – portanto, Ele é o centro. O corpo sem a cabeça não possui finalidade, ou vida própria.
Jesus Cristo é o único motivo da existência da Igreja. Não existe outra razão para a sua existência, para a sua reunião, senão, amar a Jesus, adorá-LO, falar sobre Ele, viver no exemplo de vida dEle, dar ouvido exclusivamente a Ele, conduzir as pessoas para a presença de Cristo, o Senhor. A Igreja é a noiva de Cristo, portanto, sua fidelidade a Ele é total.
A atitude da Igreja de Cristo é semelhante à de Maria, irmã de Marta (Evangelho Segundo São Lucas, capitulo 10, versículos de 38 a 42), que quedou-se aos pés de Jesus, e por Ele foi aprovada. A Igreja de Cristo é formada por cristãos que se reúnem e se assentam diante de seu Senhor, que igualmente se juntam em redor da mesa da Santa Ceia, e partilham de sua presença. Que buscam conhecer a Cristo, dedicando a Ele sua atenção.
Na Igreja de Cristo não há predominância cultural. A Igreja preserva sua essência e suas características de maneira atemporal, não caminhando no secularismo, ou desejando se moldar aos que são deste século, mas busca todos aqueles que estão neste século, para se moldarem à simplicidade da mensagem e da pessoa do Mestre.
A Igreja convida a todos, sem insistência, a seguirem o Senhor. Neste caso, a Igreja de Jesus vai caminhando atrás do Mestre, mediante uma atitude de amor, de vontade, pois seguir a Cristo é irresistível, e somente Cristo é o motivo do convencimento [quem tem ouvidos ouça].
A Igreja de Cristo proclama uma salvação que não custa dinheiro. Salvação tal, que não possui pedágios no caminho para o céu, e não se importa com riquezas ou bens. A igreja de Jesus não acredita ser o dinheiro o facilitador da mensagem do Evangelho, na tentativa de apresentar Cristo que é sinônimo de humildade, simplicidade, desprendimento, e que pode ser conhecido onde apenas existam corações e mentes abertas. Ao mesmo tempo, busca que seus desejos e vontades sejam convertidos e transformados.
A Igreja cristã anuncia a necessidade do homem em se entregar ao senhorio de Cristo. Um senhorio que exige abnegação, não alimentando a auto-suficiência, mas que busca em Cristo o seu próprio querer.
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. (Mt 18.20). Tal afirmação parece ser bastante suficiente. Se não conhecêssemos nada a respeito da Igreja de Cristo, após esta afirmação do Mestre, muito provavelmente não sentiríamos a ausência de nada, não teríamos nenhuma necessidade em sermos uma Igreja com características institucionais, que geram modelos, ou teorias pouco convincentes, porém, muitas vezes, distantes da simples e suficiente essência da reunião dos dois ou três, que experimentam a presença de Cristo, que não foi convidado para estar presente, mas que convida.
A Igreja de Cristo não busca ou convida que Ele esteja presente, mas é Ele, Cristo que atrai a sua Igreja. A reunião de dois ou três é fruto da atração provocada por Deus. É possível pensar que nem todos sejam atraídos, até porque o Senhor conhece os seus. Também é possível supor que a Igreja de Cristo não possui a prerrogativa de levar as pessoas na presença de Deus, mas é Cristo, o Bom Pastor, que atrai os que ouvem e conhecem a sua voz.
Estar reunido em nome do Senhor Jesus é estar em volta dele. Ser Igreja de Jesus é propiciar conforto, abrigo, amor, consolo, transformando o “momento Igreja” em algo acolhedor, curador, e receptivo a qualquer ser humano necessitado e carente.
Ser Igreja de Cristo é estar distante de qualquer preocupação que roube a presença esplendorosa do Deus Triúno, que ofusque o sentido da cruz, o sentido da adoração ao Senhor. Vivenciar o momento de reunião de dois ou mais é convidar Cristo para entrar no meio dos que estão sem rumo, indignos de qualquer aceitação.
A Igreja de Cristo é aquela que se concentra na reunião dos dois ou mais. Uma reunião que convida a todos, com suas diferentes histórias, pecados, e imperfeições. É uma reunião que oferece a possibilidade de ser composta por pessoas sociologicamente sem valor. Uma reunião para pecadores arrependidos, tiranos, impostores, devedores, injustiçados, angustiados, homens e mulheres em aperto (conforme os que se juntaram com Davi em Adulão – Primeiro Livro de Samuel, capitulo 22).
A Igreja de Jesus não é para os que se consideram perfeitos, mas, sim, para aqueles que buscam O perfeito, que é Cristo, o Senhor. Uma reunião para publicanos e pecadores, que estão perdidos, sem esperança e sem aceitação. Não é uma reunião para fariseus, que tornam a Lei mais pesada, inviabilizando a mensagem do Evangelho da graça de Deus (Evangelho de São Lucas, capítulo dezoito, versículos de nove a quatorze).
Estarem reunidos em nome do Senhor Jesus é andar na direção que as Escrituras sinalizam – mais necessariamente na direção que Cristo aponta. Estarem reunidos em nome do Senhor é recusar a vaidade da religião. É recusar a vaga possibilidade de méritos humanos que, muitas vezes, torna-se o motivo do reunir-se, e, que, consequentemente, torna-se a razão da ausência do Senhor.
É, na verdade, uma reunião de dois ou três desprovidos de mazelas, picuinhas, atitudes que demonstrem poder, sem nenhum sentimento de propriedade pelo rebanho de Deus, sem a preocupação por regimentos que mais espalham e apartam, do que ajuntam. A Igreja de Cristo é realmente simples.
A Igreja do Senhor que se reúne a partir de dois ou três, possui como objetivo tocar silenciosamente os corações vulneráveis, como também os corações petrificados. Há lugar para todos – continua não sendo necessário ter dinheiro, pois não há nada para comprar. O pagamento foi feito da parte do Senhor dos “dois ou três”, que por alto preço – sua própria vida – permite que haja uma reunião de celebração à salvação.
O ato de reunir-se a partir de dois ou três, não gera popularidade ou glamour, mas produz relacionamento provido de fé, que une a presença Triúna de Deus e a carência do homem, sem que o sino ressoe, ou as trombetas anunciem tal experiência que pertence apenas aos olhos da fé, que pertence aos que Cristo atrai.
Na reunião da Igreja de Cristo, sendo dois ou três, quem sabe um pouco mais, não há uma busca de Deus, uma expedição coletiva ao encontro do divino, mas é o divino que busca os que ouvem sua voz – não é num bater de tambores, ou numa evocação comportada que o Deus pessoal se achega, mas é nos corações abertos daqueles que o amam, e que se juntam em contemplação, e que caminham juntos em meio a todos os homens, vivenciando e testemunhando o reflexo do Senhor, um Homem-Deus, um Deus-Homem, vindo de Nazaré, que a todos surpreende.
A reunião de dois ou três em nome de Jesus, atravessa as vilas, estradas, cidades e vilarejos – sobe e desce as favelas, ruas e calçadas – entra e sai de prédios humildes e suntuosos, todos esses, como locais onde o próprio Cristo – uma das pessoas da Trindade, autor da vida, Senhor de tudo (Aquele em que tudo se move, existe, e encontra sentido e propósito), o Filho de Deus Pai, o Jesus nazareno – poderia estar presente. Na verdade Ele está presente, porque são os dois ou três reunidos que O representam.
A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, termo usado pelo apóstolo São Paulo, inicia e termina na reunião de dois ou três, que despretensiosamente, e sem nenhuma pauta, estão no “Caminho” que os leva em direção a Ele.
A imagem da Igreja de Cristo, iniciada por Ele, traz um aspecto de pureza e simplicidade, que não morre jamais, pois é na pureza e na simplicidade que a Rocha torna-se a base inabalável.
O tempo passou, mas a Igreja de Cristo continua registrada. É uma Igreja de 2.000 e poucos anos que não perdeu sua beleza, sua doçura, e que por mais que tente maquiá-la, acreditando que ela (a Igreja) envelheceu, saiu de moda, ou, precisa acompanhar os tempos e as estações, a verdade é que sua beleza continuará em seu estado natural, uma vez que, ela já nasceu madura.
O apóstolo São Paulo nos escreve: “para a apresentar a si mesmo * [trazer para perto de si, Jesus] igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga * [não há envelhecimento], nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito [sem necessidade de torná-la mais eficaz, tendo em vista que sua santidade está edificada na Rocha, que é cristo, e que não carece de ajustes].”. (Epístola de São Paulo aos Efésios, capitulo 5, versículo 27).
* notas do autor
06 outubro 2006
Deus, o homem e o jardim
É maravilhoso ler as páginas do Gênesis e notar a perfeição dos fatos. Deus criando um jardim, com animais, frutos, paisagem paradisíaca, e o homem para cuidar de tudo. Isso nos faz concluir: Deus criou o homem para ser jardineiro. Como o homem precisava de uma companheira, Deus criou a mulher, e essa poderia fornecer vasta opinião no cuidado do jardim, afinal, ela via beleza nos frutos das árvores. É possível crer que a rotina era maravilhosa. Deus visitava o homem na viração do dia, se alegrando com ele, vivendo os prazeres da criação, dos momentos que embora simples, eram de incomparável profundidade – o Criador do jardim com o seu jardineiro amado. Infelizmente, o pecado entrou no jardim. A relação entre Deus e o homem se perdeu.As coisas mudaram de lá pra cá. O jardim já não é mais o mesmo. Jesus O Filho, veio resgatar a relação que teria desdobramentos espirituais. Jesus veio para reatar os laços entre o Dono do jardim e Seu jardineiro. O homem não seria para sempre perdido, e assim, de fato, o Filho conseguiu. No entanto, o jardim não seria mais o mesmo.O fato de sermos os jardineiros no jardim de Deus, não significa que seria necessário voltarmos ao Éden, mas a idéia é mantermos a essência do Éden, mesmo que o pecado tente roubá-la.O acréscimo das demais coisas na nossa vida, que Deus nos promete, pelo fato de buscarmos o seu Reino acima de tudo, significa que nossa água seria, para sempre, potável, limpa e própria para beber, estivéssemos em qualquer lugar, além de suas nascentes; significa que o pão de cada dia, para todos não iria faltar; significa que não perderíamos nosso precioso tempo com a esdrúxula idéia de prosperidade financeira... (o dinheiro não é elástico, precisa parar nas mãos de alguém – se sobra para alguns, falta para muitos, se alguns vivem em regalias, outros, então, deverão conviver com a miséria; parece-nos que o mandamento bíblico é dividir, e não tirar da boca de outros, mentindo que Deus os deu, porque viu neles merecimento – no jardim de Deus, todas as flores deveriam ser regadas).No jardim de Deus, uma vez que entrou o pecado, o sofrimento deveria ser compartilhado. Ninguém, nesse mesmo jardim, deveria ser colocado de lado. O amor em meio ao jardim transformaria o solo. Certa vez fomos avisados de que deveríamos nos amar, e isso faria diferença na administração do jardim. Talvez, para os menos românticos, isso seria impossível, mas foi assim que o Senhor desse jardim projetou. O amor a Deus e ao próximo, a harmonia, a submissão ao Senhor, e o reconhecimento de quem somos, bem como de quem Deus é, seria o ambiente de nosso jardim.Mas... o relato bíblico nos prova que o jardineiro desejou possuir igual conhecimento ao “Dono das terras”, o Dono do jardim. É inaugurado na raça humana o desejo de “poder” – ser jardineiro já não era mais o bastante. Quando viajamos na historia, de lá para cá, notamos, então, que o desejo de “poder” continua subindo na mente do homem. A disputa pelo território é motivo de derramamento de sangue; os revanchismos político-cultural-religiosos provocam derramamento de sangue, onde menos esperamos; o amor a terra e aos seus ideais, objetivos, metas e economias, passaram como tratores sobre as pessoas; a imposição religiosa, misturada à devoção doentia, continua sendo motivo de derramamento de sangue; a corrupção, o descaso, o caminho inverso da ética e da moral, o dinheiro duvidoso que anda para todos os lados e por todos os meios, tudo sendo investigado e acompanhado por “Circos montados”, verdadeiros Coliseus, onde os gladiadores são todos amigos, movidos de risadas, gargalhadas e de total descaso, nos fazendo mais uma vez concluir que o jardineiro não existe mais.E em pensar que o primeiro plano divino era que todos estivessem em um só jardim, adorando um só Deus, amando uns aos outros, e dividindo do jardim os seus frutos.Mas, voltando ao jardim... ainda ouvimos por aí que tudo isso soa muito romântico. De fato, quem renegou sua função de jardineiro, não suporta o simples cheiro da terra, das flores, das árvores, como também, o gosto do fruto. Sendo assim, além de renegarmos nossa função na jardinagem, abolimos o romantismo do simples. Em troca disso, a decisão foi ser mais pró-ativos, desejando andar na frente de tudo e de todos, para impressionar, para nos demonstrarmos maiores, melhores, e mais capazes. Para muitos, é difícil esperar de Deus o veredicto de todas as coisas. Acham melhor plantar e colher, por conta própria, o fruto que lhes vier à cabeça. O cuidado deveria ser o de nunca se esquecer de que Deus ainda é dono do jardim.Em suma, deixamos de ser ingênuos. Vivíamos em prol do cuidado daquilo que Deus nos confiou, comendo em Suas mãos, bebendo de Suas fontes. Mas, daí em diante, passamos a conhecer demais a vida e seus truques. Nos consideramos por demais desenvolvidos. Acreditamos, agora sim, como verdadeiros ingênuos, que o conhecimento do bem e do mal, por algum motivo, nos beneficia, nos permite vivermos com a gloriosa, porém falsa, noção de que tudo está sob nosso controle.Hoje não somos mais jardineiros. O jardim se tornara corrompido – aliás, em breve não mais teremos jardim, literalmente. Não temos a essência – não teremos a forma.O ser humano está vendido às suas próprias conclusões e soluções, todas ingênuas diante de Deus. E Deus? É lamentável que muitos O tenham colocado no meio do jardim, talvez para enfeitar o jardim, talvez para escrever embaixo de Seu busto: “Deus seja louvado”, ou “Em Deus nós acreditamos”, ou até usarem as Escrituras, inspiradas pelo Deus que está no meio do jardim, como ameaça para que se fale a verdade, nada mais que a verdade. O que mais Ele pode ainda lamentar, é que a viração do dia não mais exista. Não conhecemos Deus o bastante, mas poderíamos arriscar em dizer que Ele deve sentir saudades de sentar-Se nas praças do jardim, com Seu jardineiro.Poderíamos continuar sendo jardineiros? Sim, por certo! O jardim já não mais é o mesmo, mas o perfume das flores nos acompanha. Ainda que as pragas invadam esse jardim, se assim o quisermos, seremos os poucos que continuarão a zelar por ele.
A simplicidade como atributo do Cristianismo
Desde o nascimento de Jesus, percebemos que o cristianismo surge com base na simplicidade. Não adianta fugirmos da realidade que o torna simples. As páginas dos evangelhos estão impregnadas da simplicidade do Senhor Jesus. Uma vez que olhamos para Ele, nosso Cristo redentor, Salvador, Filho de Deus, Poderoso, Deus Forte, Pai da eternidade e príncipe da paz, jamais conseguiremos esquecer que Ele não nasceu em berço esplêndido. Veio de Nazaré, uma região desprezada e também de onde não procedia nada de bom, como se dizia na época.Encontramos no ser humano individual, a imagem e semelhança de Deus. Encontramos a transformação que o cristianismo provoca. O cristianismo puro e simples (título também de um livro de C.S. Lewis), contido e contado nos evangelhos, nos mostra quem realmente devemos ser. Olhando atentamente os evangelhos, nos damos conta de que Jesus era fisicamente e intencionalmente singelo, que não tinha onde recostar sua cabeça, nem como pagar os impostos devidos a César, e em nada era diferente dos homens que andavam com Ele. Haja visto que Judas precisou beijá-lo, para que o Senhor fosse reconhecido. Constatamos a figura de um homem que não foi levado em conta por aqueles que eram seus (os judeus), e que os mesmos não o receberam. Tal fato nos permite concluir que Cristo não possuía características de um messias esperado. Não possuía atributos de um herói, ou guerreiro, que desse cabo das injustiças de seu tempo, tendo em uma mão a cabeça do imperador e noutra a espada.A simplicidade do evangelho também está no exemplo das crianças. Jesus diz que delas é o reino e faz questão que dele elas se aproximem. Muitos recriam ou interpretam um reino de Deus com coroas de brilhantes, rubis, cedros de ouro, privilégios materiais, prosperidade financeira, e tantos outros benefícios que, sem a menor autoridade bíblica, tentam nos convencer que por essas outras Deus está ao nosso lado. Talvez, muitos ainda não tenham levado em conta o valor de um vaso de barro.Devemos acreditar que Deus está por trás de pequenos gestos tanto quanto por trás de gloriosas bênçãos. É possível caminharmos com Deus em um simples jardim, na intenção de desfrutarmos tão somente sua companhia. É possível sermos constantemente gratos pela brisa que nos refresca inesperadamente. É possível, pelo simples silêncio, notarmos a presença do Espírito de Deus que toma conta do lugar onde estamos.O Deus soberano, criador do universo, inventor do fôlego de vida, é um Deus simples, com olhar de um Pai simples. Ele é cheio de boas intenções para conosco. Ele quer nos dar um abraço apertado, um beijo no rosto, sem necessariamente trazer um presente inesperado.Devemos cuidar para que as palavras de Paulo aos Coríntios não se tornem uma desastrosa realidade: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” (2 Co 11.3)
Assinar:
Postagens (Atom)