06 outubro 2006

A simplicidade como atributo do Cristianismo

Desde o nascimento de Jesus, percebemos que o cristianismo surge com base na simplicidade. Não adianta fugirmos da realidade que o torna simples. As páginas dos evangelhos estão impregnadas da simplicidade do Senhor Jesus. Uma vez que olhamos para Ele, nosso Cristo redentor, Salvador, Filho de Deus, Poderoso, Deus Forte, Pai da eternidade e príncipe da paz, jamais conseguiremos esquecer que Ele não nasceu em berço esplêndido. Veio de Nazaré, uma região desprezada e também de onde não procedia nada de bom, como se dizia na época.Encontramos no ser humano individual, a imagem e semelhança de Deus. Encontramos a transformação que o cristianismo provoca. O cristianismo puro e simples (título também de um livro de C.S. Lewis), contido e contado nos evangelhos, nos mostra quem realmente devemos ser. Olhando atentamente os evangelhos, nos damos conta de que Jesus era fisicamente e intencionalmente singelo, que não tinha onde recostar sua cabeça, nem como pagar os impostos devidos a César, e em nada era diferente dos homens que andavam com Ele. Haja visto que Judas precisou beijá-lo, para que o Senhor fosse reconhecido. Constatamos a figura de um homem que não foi levado em conta por aqueles que eram seus (os judeus), e que os mesmos não o receberam. Tal fato nos permite concluir que Cristo não possuía características de um messias esperado. Não possuía atributos de um herói, ou guerreiro, que desse cabo das injustiças de seu tempo, tendo em uma mão a cabeça do imperador e noutra a espada.A simplicidade do evangelho também está no exemplo das crianças. Jesus diz que delas é o reino e faz questão que dele elas se aproximem. Muitos recriam ou interpretam um reino de Deus com coroas de brilhantes, rubis, cedros de ouro, privilégios materiais, prosperidade financeira, e tantos outros benefícios que, sem a menor autoridade bíblica, tentam nos convencer que por essas outras Deus está ao nosso lado. Talvez, muitos ainda não tenham levado em conta o valor de um vaso de barro.Devemos acreditar que Deus está por trás de pequenos gestos tanto quanto por trás de gloriosas bênçãos. É possível caminharmos com Deus em um simples jardim, na intenção de desfrutarmos tão somente sua companhia. É possível sermos constantemente gratos pela brisa que nos refresca inesperadamente. É possível, pelo simples silêncio, notarmos a presença do Espírito de Deus que toma conta do lugar onde estamos.O Deus soberano, criador do universo, inventor do fôlego de vida, é um Deus simples, com olhar de um Pai simples. Ele é cheio de boas intenções para conosco. Ele quer nos dar um abraço apertado, um beijo no rosto, sem necessariamente trazer um presente inesperado.Devemos cuidar para que as palavras de Paulo aos Coríntios não se tornem uma desastrosa realidade: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” (2 Co 11.3)

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