O caminho de Cristo é identificado pela solidariedade, sensibilidade, onde ambos são depositados em uma base de amor...
A solidariedade veio à tona. É impossível não sermos solidários - se há algo que não corresponda a este sentimento-ação, há algo errado no ser humano individual. Nunca vivemos tempos mais propícios para sermos solidários com os que sofrem maiores perdas diante de tamanhos desastres. O mundo está caminhando de tal forma que já sobram vagas para os que desejam ou precisam ser solidários. "Chorai com os que choram" disse Jesus.
A sensibilidade acompanha quem se solidariza. Vivemos ainda em um mundo onde há resistentes em grande número. Muitos são os que lutam pela e mediante a razão apenas. Lutam para que todos tenham os pés no chão, olhando a vida com realidade cruamente - lutam pelas bases, sem que haja sonhos, lamentos, choros, ou esperança. A sensibilidade é rara. Não há sensibilidade pelos que têm fome - torna-se mais fácil mandar a multidão ir embora para longe, assim não precisamos alimentá-los. Não há sensibilidade nos relacionamentos. Parece-nos que a alegria está nas conquistas, mas conquistas estas que referem-se ao poder, ao domínio, à notoriedade. Jesus chora por seu amigo Lázaro que havia morrido; como também chora pela cidade de Jerusalém em tom de lamento. No entanto, em seu próprio caminho, Cristo sempre pergunta "o que desejas que te faço?" ou em suas diversas procissões com os discípulos, pára com finalidade de retornar àqueles que são cegos ou sofrem de alguma forma.
O amor significa olhar atentamente o outro e não apenas a si mesmo. O amor é calcado pela solidariedade e a sensibilidade. As diversas tragédias que marcam um novo tempo em nossa vida sinalizam melhor quem é Jesus, a partir do momento em que olhamos os homens vitimados como Jesus olharia. Não há como fugir, não como enganar e nem como criar máscaras. Por meio de nossa realidade hoje, voltamos ao desejo de Deus: sermos próximos. Os que resistirem serão caracterizados como egoístas, insensíveis e desalmados com muito desamor.
Somos nós, os que caminham nos caminhos de Jesus, é que damos de comer aos que têm fome. É o melhor momento para revelarmos quem é Jesus de Nazaré e seu significado. Caso contrário, nosso caminho é outro, ou seja, caminhamos com a religião e com os que assistem tudo e lavam suas mãos sem ter a capacidade de mudar a história - Jesus nos chama não para mudar o mundo, mas para mudar a história das pessoas, diante do mundo que elas vivem...
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