Jesus nos indica que os que estão famintos por justiça são felizes (Mt 5,6). Em uma tradução popular da Bíblia (Nova tradução na linguagem de hoje), o texto nos diz: “Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele as deixará completamente satisfeitas.”
A vontade de Deus está associada a sua própria justiça. O que é justo? O que é correto? O que é perfeito? É o que Deus deseja! A vontade de Deus satisfaz aos que a desejam.
A fome pelo alimento pressupõe nosso prévio conhecimento do alimento que desejamos e necessitamos. A fome pela justa vontade de Deus, igualmente deve nos indicar o conhecimento daquilo que desejamos e necessitamos. Afinal, temos fome de quê?
No texto da criação, em Gênesis, “e Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom.” (Gn 1,31), nos indica um Deus satisfeito. No momento em que Jesus é batizado por João Batista, Deus fala “Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria.” (Mt 3,17), nos indicando outro momento de satisfação experimentada pelo Pai. São dois pontos onde a vontade de Deus se faz, ou seja, duas situações que geram alegria e prazer ao Pai.
Os que têm fome de proporcionar alegria e prazer a Deus, são felizes, são realizados, estão, também, satisfeitos. Mas como proporcionar alegria e prazer a um Deus tão grande, poderoso, ilimitado?! Como se igualar ao valor da criação do mundo, da vida? Como assemelhar-se a pessoa do Senhor Jesus? Parece impossível! Neste caso, a felicidade, a bem-aventurança, não seria real. No entanto, a alegria e o prazer de Deus em nós estão nas questões simples de nossa vida.
Devo ter fome em andar com Deus – andar nos caminhos por ele indicado. Devo ter fome de viver a vida que Deus deseja que tenho: “O Senhor já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus.” (Miquéias 6,8). O profeta responde ao homem moderno, que a vida consiste em devolver a Deus nossa consciência do significado de imagem e semelhança. A fome e a sede são saciadas quando oferecemos a Deus o que somos e temos, de acordo com Cristo. Não é receber, mas, sim, oferecer a Deus, de tal forma, que nossa fome se vai.
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