Pensar na igreja, na maioria das opiniões, é ter o conceito de um grupo que tem o crescimento como objetivo, e como forma única de agradar a Deus. Com tal pensamento, a evangelização se concentra na igreja local, na promoção do crescimento da igreja, sem muitas vezes pensar no extenso e invisível reino de Deus. É “crescer” transformando a vida de pessoas que adoram e que buscam ter intimidade com Deus. Inevitavelmente, tal desejo conduz ao estado de aglomeração. Deste ponto nascem as sugestões de modelos, na tentativa de sistematizar tal crescimento.
Por que não pensar na igreja como aquela que acolhe as pessoas, convive com elas, e as abençoa diante de sua própria vida e trajetória, sem promessas e vislumbres?
É perfeitamente possível compreender a igreja como aquela que acolhe – que abre as portas para todos que vêem de qualquer lugar, estejam em qualquer situação que estiverem. Também é possível compreender a igreja como aquela que convive – uma vez recebidos os muitos, o convívio é incondicional, a partir da ética e ensinamentos bíblicos, baseados em Jesus. E por último, é possível perceber a igreja como aquela que abençoa – abençoar não é reter. Abençoar é libertar, é ensinar todas as coisas que Jesus ensinou, dando condições para o acolhido, com quem convivemos, prosseguir. Jesus não reteve ninguém. Todos a quem abençoou, primeiramente acolheu, conviveu, e ordenou que fossem, que contassem, que testemunhassem. Essa é a igreja de Cristo. A igreja de Jesus lança a semente e continua. Ela não é latifundiária, não é fazendária, não constrói cercas ao seu redor, delimitando a semeadura e a colheita. Mas deixa crescer onde estiver – como dizia o poeta: sem lenço e sem documento. Creio ser duro esse discurso. Mas quem tem esta palavra é Jesus. É Ele o Santo de Deus. É Ele quem nos liberta dentro do seu aprisco, aprisco imensurável.
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