“santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3,15).
As comunidades que recebem a carta de Pedro vivem na expectativa de que Cristo logo vem. Há esperança. Há alegria em receber a vinda de Jesus. Pedro leva encorajamento aos irmãos das igrejas da Ásia menor, que estão sendo perseguidos.
Hoje, a nossa esperança, além da vinda de Cristo, é nossa afirmação a respeito de quem seguimos – Jesus; e no que cremos – nas suas palavras.
Nós respondemos à razão da nossa esperança por meio da vida que levamos. Nossas palavras e nossos atos respondem quem somos. Nossa mansidão, paz e amor, que devem fazer parte da rotina da vida, testemunham e respondem sobre nós.
Cristo santificado no coração possibilita a demonstração de que há
segurança. Estamos seguros, pois, a razão da nossa esperança é a constatação de que Jesus toma conta do coração. O coração pode estar repleto de Cristo.
O coração que tem Jesus como Senhor, observa e entende que tudo o que há na vida é encarado com esperança. Posso viver na esperança da vinda de Jesus, mas devo viver na certeza de que aqui e agora, Jesus reina em mim.
É imprudente viver consolado de que somente o céu trará paz. É o mesmo que mortificar o coração, concentrando-se no aguardo da vinda do Senhor, crendo que seja impossível experimentar Deus neste momento, com ar de satisfação e regozijo – amigos e irmãos, por favor, não, a verdade é que Deus está próximo, Deus é conosco.
Esperamos já sabendo o que virá, portanto, já vivemos o que esperamos. O Deus vivo em nós convida-nos para um olhar modificado para a vida (“e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus” – apóstolo Paulo aos Gálatas 2,20).
Não amaldiçoemos a vida e nem os homens, enfim, tudo o que na vida há. O que há de mais errado é o pecado presente nos homens – pecado que fere a Deus, e que oprime o próximo. Mas não esqueçamos que é o pecado que, ao mesmo tempo, uma vez conhecido, nos apresenta Cristo, e aí se constrói uma ponte que nos une a Deus.
Viver a esperança é premeditar, é já andar no caminho certo que nos leva a Deus. Cristo deve ser Senhor do coração, para que a vida experimente já, o presente que Deus já nos deu. Deus nos deu vida para viver com os olhos de Cristo. Neste olhar há choro, mas também há consciência da presença substancial do Pai. E o Pai presente, é tudo...
Deus conosco