Em alguns dias atrás, pude assistir um DVD de um espetáculo intitulado "Jobim Sinfônico", onde a orquestra sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) fez uma coletânea de composições do saudoso maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, tão brasileiro quanto o seu nome demonstra. Algumas de suas obras foram transcritas para a orquestra, pelos também maestros Paulo Jobim e Mário Adnet, sendo dirigidos pela batuta de Roberto Minczuk (cristão-metodista). Todo o evento foi perfeito. Ensaios, transcrições orquestrais, vozes em busca de combinação, etc. Quando tudo começou, e as músicas foram se seguindo, pude em cada música, perceber a beleza da arte. Um som perfeito, dentro de uma execução perfeita. Talvez eu pudesse em algum momento sentenciar: não é em louvor a Deus?! Se não for, vou ver Michael W. Smith, Don Moen, Bob Fitts, Nelson Bomilcar, João Alexandre, e tantos outros músicos cristãos que possuem suas qualidades próprias. Mas a minha questão foi.... onde poderia estar Deus nisso?! Evidentemente que não olhei para a vida de ninguém, querendo saber quem é de Deus ou quem não é, até porque isso pode se tornar uma pieguice. Mas vi e ouvi uma beleza de sons que não poderiam ser inventados por outro que não fosse Deus. Deus não compôs, não escreveu, não cantou, tocou, nem ao menos regeu, mas a bela arte do som foi inaugurada por Deus. E podemos ver através das pessoas, de todas as pessoas que expressaram e expressam uma boa música, música composta por suas próprias mãos, que Deus agraciou-os com o exímio em fazer. Apreciar uma fruta que todos podem saborear, um mar onde todos se banham, as belezas naturais que todos desfrutam, assim é ver uma orquestra tocando bem...
Pensei comigo: se esses músicos soubessem que o Deus da música está vivo e que continua inspirando todos!! Se soubessem que os compositores se vão... mas o Maestro Soberano continua inspirando... alguns talvez já saibam, mas muitos precisavam, ainda, saber.... a diferença entre aqueles que compõem, cantam e tocam, é conhecerem a Deus ou não. Os que conhecem a Deus sabem o que estão compondo, tocando, cantando, ou simplesmente ouvindo.... possuem uma consciência clara que suas músicas são belas, e ao mesmo tempo dedicadas a Deus – os que não conhecem a Deus, convivem apenas com o belo, o belo doado por Deus, o belo que é conhecido e apreciado, também, pelos conhecedores de Deus.
Não consigo separar o divino do profano, porque tanto o divino como o profano residem nas pessoas e não no valor de suas obras. Todo talento dado ao homem vem de Deus, pois Satanás não possui os direitos reservados (copyright) daquilo que Deus inspirou no coração do homem. Bom seria se todos aqueles que possuem o talento dado por Deus, pudessem transformá-lo em dom para edificação do Corpo de Cristo, ao invés de guarda-lo para si próprio. Há alguns anos atrás, vibrei de alegria quando soube que Rique Pantoja, músico-tecladista que já tocou com todos os grandes do cenário nacional, converteu-se a Jesus. Daí depois de alguns outros anos, pude ouvir algumas lindas canções suas, dedicadas ao Deus da música. Deus é o Deus da música e não da música sacra, da arte sacra, daquilo que apenas os que são dele expressam. Os cristãos-artistas conhecem sua fonte inspiradora e dedicam suas obras ao seu Criador – a questão não está na procedência, pois Deus não divide as suas obras, mas está em quem dedica e quem não.
Toda glória ao Deus da arte....
Joerley Cruz