10 abril 2009

A história não acabou... ressurreição

A história não acabou – “[...] Então entraram no túmulo e viram um jovem, sentado do lado direito, vestido de branco. E ficaram muito assustadas. Mas o jovem lhes disse: Não fiquem assustadas. Vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vejam o lugar onde o puseram. Agora vocês devem ir e dizer aos discípulos dele e para Pedro que ele vai para a Galiléia na frente de vocês. Lá vocês o verão, como ele mesmo disse.” (evangelho de Marcos 16,1-8).
Ressurreição... está aí algo incomum em nossa experiência. Não é um acontecimento corriqueiro. Comemorar a ressurreição é celebrar algo desconhecido. Comemora-se, no caso, os cristãos, a ressurreição de Jesus. É o escolhido de Deus, o Cristo que conclui sua missão entre os homens, desvencilhando-se daquilo que os homens mais temem – a morte.
O túmulo é um lugar comum. O que leva o ser humano ao túmulo é um acontecimento corriqueiro. Se comemorássemos a morte, todo dia seria dia de comemoração. Mas a morte não se comemora. A morte é uma data que gera lembranças do passado, enquanto a vida prevalecia, e lamento pela ausência da pessoa que se foi. Já a ressurreição é comemorada porque a morte fica para trás. É algo que vence o que aparentemente não poderia ser vencido. O único que é lembrado pelo acontecimento da ressurreição é Jesus – até porque, por enquanto, foi o único que experimentou tal aventura.
As mulheres voltam ao túmulo, onde Jesus fora sepultado. O túmulo já estava aberto. De fato isso não era esperado. Elas entram no lugar e dão de cara com um jovem vestido de branco – isso também não era aguardado por elas. Tal jovem já sabia de tudo. O Jesus crucificado é o Jesus ressuscitado. É o marco na história da humanidade. Como é possível alguém passar pela morte, voltar à vida, e para a morte não mais retornar?!
Alcançar a ressurreição é alcançar a liberdade. A liberdade do povo que sai do Egito é fugir da opressão e da morte provocada pelo Estado, pelo faraó, pela dominação. A vida sem a predominância da morte é uma demonstração de liberdade. Jesus ressuscita para nos mostrar que não é o fim. Cristo nos mostra que a morte não é dominante. Ele nos mostra que a história continua – “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá.” (palavras de Jesus de Nazaré no evangelho segundo o apóstolo João 11,25).
Além da liberdade, a ressurreição de Cristo nos comunica esperança. Uma esperança com base na fé. A fé nos faz acreditar sem duvidar, e a esperança nos anima em aguardar. Cada vez que pensamos na vitória de Cristo sobre a morte, concluímos que Deus nos quer de volta. Deus não se conformou com a morte, mas transformou a morte em um ponto de transição entre a vida no corpo mortal, e a vida no corpo ressurreto.
Não temos informações sobre o que é, e como é atravessar a morte para ir de encontro à ressurreição, mas conhecemos Quem sabe. Ele voltou aos discípulos para provar seu retorno. Jesus marca presença no meio de nós. Isso significa que suas palavras, seu amor, sua cruz, sua morte, e sua ressurreição, nos acompanham a cada dia, nos mostrando quais são os limites da vida.
A ressurreição de Cristo nos comunica o limite da vida, e sua retomada. Os discípulos, quando souberam da ressurreição, e, posteriormente, se encontraram com o Senhor, puderam crer que nada foi em vão. Tudo o que viram, ouviram, e apalparam, serviu para que eles percebessem que Cristo os espera.
Celebra-se a ressurreição de Jesus, anunciando o valor da vida. Celebra-se a ressurreição do Senhor como sendo o caminho nosso, o caminho que iremos, também, percorrer. A ressurreição de Cristo é a comunicação de Deus ao nosso respeito. A última etapa da missão de Jesus é morrer e reviver – são duas características humanas. Somente o homem pode morrer, mas o divino não. O ato de reviver é para quem morre. Estes somos nós. A ressurreição de Jesus é para nós. Ele ressuscitou para nos mostrar nossa ressurreição.

Abraço aos futuros ressuscitados....