30 dezembro 2008

A busca do viver bem

A mudança de um ano para outro provoca, em um modo geral, lembranças, saudades, arrependimentos, e muitas perspectivas acompanhadas de expectativas.
A importância e o valor que a vida possui, faz avaliar o passado. Promove um olhar para o futuro, mas com o desejo de obter algumas garantias. Isso explica o misticismo na busca de vidência para a evidência.
O homem tem a capacidade de sentar, olhar para o nada, além do horizonte, e trazer a mente todos os acontecimentos ocorridos. Os sentimentos são de alegria em meios às situações boas. Surge a percepção da maturidade pelos contratempos que foram amargos na boca, mas que nas próximas vezes a receita será mais bem entendida.
A beleza e o valor da vida estão nos sorrisos, nas lágrimas, na constituição da nossa história. É a história que escrevemos, e que Deus nos ajuda a construí-la e corrigi-la.
Para aqueles que se entregam a Deus, no desejo de fazer o bem, cada minuto é precioso. Nada é em vão. Nada se desperdiça. Cada ano da nossa vida é um capítulo que estamos escrevendo.
Não é possível alterar o que já foi escrito. Não é possível começar outro capítulo, sem antes, terminar o que já se iniciou, e que ainda não terminara.
A beleza e o valor da vida é que Deus nos dá a chance de nos transformarmos a cada ano – cada capítulo. São histórias novas. São histórias melhores. Algumas emocionantes, outras mais arriscadas, mas todas elas irão caracterizar quem somos individualmente.
Deus é maravilhoso! Ele consegue ler cada uma das histórias, ajudando nos detalhes, sem confundir um com o outro. São histórias diferentes que acontecem ao mesmo tempo, com significados diferentes, mas significativos para Deus.
O passo para a maturidade é dado no momento em que abrimos um novo capítulo em nossa história (um novo ano). Isso não acontece porque será melhor, mas porque sabemos o que já vivemos.
Olhando para trás, se aprende muito – Deus, na Bíblia, sempre convida seu povo a olhar para o passado.
A cada novo capítulo é permitido que haja desfechos a respeito do que foi aberto no anterior. Traz-se a glória de algo que se iniciou, mas ainda não se concluiu.
Deus não nos recebe para que apresentemos nossos planos a Ele. Pois para Deus nossa história é sempre progressiva – Ele pressupõe que haja planos em nossas agendas. Deus apenas nos quer felizes. Isso importa.
O desejado é que a cada capítulo, nossa consciência esteja mais próxima de que somos imagem e semelhança de Deus.
A mensagem é: “Feliz amadurecimento”; “Que encontremos mais da imagem e semelhança de Deus em nós”; “Que Cristo seja o Senhor libertador da nossa vida”; “Que a alegria de viver nos seja o bastante, o suficiente”
Assim se dá a prece de 2009.

06 dezembro 2008

Igreja de Cristo – acolhe, convive, e abençoa

Pensar na igreja, na maioria das opiniões, é ter o conceito de um grupo que tem o crescimento como objetivo, e como forma única de agradar a Deus. Com tal pensamento, a evangelização se concentra na igreja local, na promoção do crescimento da igreja, sem muitas vezes pensar no extenso e invisível reino de Deus. É “crescer” transformando a vida de pessoas que adoram e que buscam ter intimidade com Deus. Inevitavelmente, tal desejo conduz ao estado de aglomeração. Deste ponto nascem as sugestões de modelos, na tentativa de sistematizar tal crescimento.
Por que não pensar na igreja como aquela que acolhe as pessoas, convive com elas, e as abençoa diante de sua própria vida e trajetória, sem promessas e vislumbres?
É perfeitamente possível compreender a igreja como aquela que acolhe – que abre as portas para todos que vêem de qualquer lugar, estejam em qualquer situação que estiverem. Também é possível compreender a igreja como aquela que convive – uma vez recebidos os muitos, o convívio é incondicional, a partir da ética e ensinamentos bíblicos, baseados em Jesus. E por último, é possível perceber a igreja como aquela que abençoa – abençoar não é reter. Abençoar é libertar, é ensinar todas as coisas que Jesus ensinou, dando condições para o acolhido, com quem convivemos, prosseguir. Jesus não reteve ninguém. Todos a quem abençoou, primeiramente acolheu, conviveu, e ordenou que fossem, que contassem, que testemunhassem. Essa é a igreja de Cristo. A igreja de Jesus lança a semente e continua. Ela não é latifundiária, não é fazendária, não constrói cercas ao seu redor, delimitando a semeadura e a colheita. Mas deixa crescer onde estiver – como dizia o poeta: sem lenço e sem documento. Creio ser duro esse discurso. Mas quem tem esta palavra é Jesus. É Ele o Santo de Deus. É Ele quem nos liberta dentro do seu aprisco, aprisco imensurável.